Resenha | Tudo o que nunca fomos (Deixe Acontecer #1), de Alice Kellen

O que fazer quando a pessoa que você ama é mais nova que você, é irmã do seu melhor amigo e ainda está lidando com a perda de pessoas amadas?

Nessa história, conhecemos Leah, uma jovem que vive o luto há mais de um ano. O acidente que levou seus pais deixou uma dor dilacerante, que parece piorar a cada dia.

Por outro lado, temos Axel, o melhor amigo do irmão mais velho de Leah. Sempre presente nos momentos mais difíceis, ele se tornou um apoio essencial para a família após a tragédia.

Quando o irmão de Leah precisa viajar para outro estado por conta do trabalho para garantir o futuro dela na faculdade dos sonhos, Axel decide acolhê-la em sua casa por alguns meses. Seu objetivo é ajudá-la a se reencontrar e a voltar a ser a menina alegre que sempre foi.

O problema é que os sentimentos podem falar mais alto...

Já tinha lido outra obra de Alice Kellen e me apaixonei pela forma como ela constrói a narrativa, sempre aos poucos, de maneira delicada. Por isso, comecei essa leitura com bastante expectativa.

Narrado na perspectiva de ambos os protagonistas, o livro nos apresenta a dor de Leah, sua rotina, lembranças do passado e também um pouco mais de Axel, que tenta compreender e lidar com tantas mudanças em sua vida.

Gostei bastante desse aspecto. Sempre me atraem histórias de personagens que buscam recomeçar após acontecimentos trágicos. Além disso, achei muito interessante a divisão do livro em meses do ano, o que nos permite acompanhar com clareza a evolução de Leah diante do luto. No entanto, em alguns momentos, senti certa repetição.

Também senti que Axel poderia ter sido mais explorado. Ele é dez anos mais velho que Leah, o que naturalmente traz mais vivências e experiências — algo mencionado apenas de forma superficial. Confesso que fiquei curiosa para entender melhor suas motivações e atitudes.

Quanto ao romance, para mim, não funcionou. Talvez pela diferença de idade, talvez pela forma como foi construído, mas não consegui sentir química entre os dois. Não sei se no próximo volume da duologia esse aspecto será mais aprofundado, mas, neste livro, senti falta de algo a mais.

De qualquer forma, Tudo o Que Nunca Fomos foi uma boa leitura. A trama aborda assuntos importantes, traz um romance proibido, age gap, slow burn e mostra que, às vezes, é preciso deixar as coisas acontecerem para descobrir os caminhos que a vida pode nos oferecer.

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Título original: Todo lo que nunca fuimos
Escritora: Alice Kellen
Editora: Essência
Páginas: 437
Ano: 2023
Gênero: drama
Classificação: 16+

SINOPSE
A Leah está de luto e tem vivido como uma sombra desde o acidente que levou os seus pais.

Axel é o melhor amigo do seu irmão mais velho, e, quando ele concorda em levá-la para sua casa durante alguns meses, é para ajudá-la a encontrar a si mesma e se reconectar com as peças da garota feliz que ela já foi um dia. O que ele não sabe é que ela sempre sentiu algo por ele, apesar de serem quase parentes, ou que toda a sua vida está prestes a mudar.

Porque ela é proibida, mas desperta nele diversos desejos.

Porque ela é o mar, as noites estreladas e o vinil dos Beatles.

Porque às vezes um "deixe acontecer" é suficiente para se ter tudo o que deseja.