Resenha | Um verão italiano, de Rebecca Serle

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

 Já imaginou ter que recomeçar a sua vida após perder a pessoa que você mais amava no mundo? Katy, nossa personagem principal, teve que aprender a lidar com a ausência de sua mãe.

Rebecca Serle


Katy está devastada. Ela acabou de perder sua melhor amiga, sua maior referência, aquela que tinha todas as respostas. Sente um vazio indescritível com essa perda.

O que a deixa com o coração ainda mais destruído é que faltavam poucos dias para a viagem de mãe e filha que elas estavam planejando há tanto tempo. Sua mãe, Carol, sempre amou a Itália, principalmente Positano, a cidade que ela considerava mágica, e retornar para lá era um dos seus maiores sonhos.

Agora, com sua perda, Katy reluta muito em embarcar sozinha para o desconhecido, mas sabe que se o fizer, vai honrar a memória de sua mãe. Sua vida já está uma bagunça, o que mais poderia acontecer?

Rebecca Serle

Desde quando eu li "daqui a cinco anos", outro livro da autora, fiquei totalmente apaixonada por sua escrita e em como ela consegue instigar a curiosidade do leitor e nos envolver completamente em cada página. Aqui, em "um verão italiano", não foi diferente.

Uma das coisas que mais me fisgou nessa trama foi a questão de apresentar uma história entre mãe e filha. Era perceptível em como elas tinham uma conexão tão forte e uma era o amor da vida da outra. Então, após a perda, fez com que tudo desmoronasse na vida de Katy.

Só que além do luto que a personagem tem enfrentado, existem outros dilemas em sua vida. Muitos dos quais ela deixou de lado por um longo período enquanto sua mãe esteve doente. Sua maior prioridade já não estava mais ali, então ela precisava voltar a lidar com todos os problemas do seu cotidiano.

No meio disso tudo, embarcar para outro país poderia parecer loucura, mas, ao mesmo tempo, poderia ser uma chance de recomeço; uma chance de se reconectar mais uma vez com sua mãe e entender o porquê ela amava tanto a Itália.

E quando ela chegou em Positano, sua vida mudou completamente. Foi o momento em que Katy entendeu a vida que sua mãe teve um dia. Em como ela era jovem, livre e também percebeu o quanto aquele lugar era realmente encantador e mágico.

Ela também entendeu muito sobre sua vida, sobre as decisões que estava tomando. Percebeu que muitas coisas que ela queria, já não condiziam mais com a Katy daquele momento. A viagem fez com que ela se redescobrisse.

Gostei muito da forma como a Rebecca Serle apresentou toda essa narrativa, me deixando bem encantada com o lugar. O jeito como ela descreveu todos os lugares, fez com que eu ficasse com vontade de embarcar para a Itália no mesmo instante.

Outro ponto que gostei nessa trama, foi como ela trouxe alguns diálogos ao longo dos capítulos. Tudo acontece a partir do momento que Katy perde sua mãe, mas ao longo de cada capítulo, algumas lembranças vêm na mente da personagem e há essas passagens do passado. Então gostei muito de como isso foi retratado. Trouxe ainda mais conexão com a história.

E, por fim, apesar de ter gostado muito desse livro, o plot foi algo que me deixou um pouco indecisa entre amar ou adorar a história. Demorei um pouquinho para entender o plot (porque em minha mente era outro acontecimento), mas, ainda assim, acredito que a autora soube como trabalhar todas as questões abordadas e trouxe algumas reflexões sobre a vida.

Então posso dizer que "um verão italiano" é uma história emocionante, mas também de descobertas e de se redescobrir. Uma história que vai além do romance, proporcionando diversas emoções ao longo das páginas.


Rebecca Serle
Título original: One Italian Summer
Escritora: Rebecca Serle
Editora: Paralela
Páginas: 264
Ano: 2023
Gênero: drama familiar
Classificação: +15

SINOPSE
Quando Carol morre, Katy fica devastada. Ela perde não apenas sua mãe, mas sua melhor amiga e referência, aquela que sempre tinha todas as respostas. Para piorar, faltam poucos dias para a viagem que mãe e filha haviam planejado para Positano, na Itália, a cidade mágica onde Carol passou o verão pouco antes de conhecer o pai de Katy. Agora, a filha se prepara para viajar sozinha.

No entanto, pouco depois de pisar na Costa Amalfitana, Katy a vê: Carol em carne e osso, aos trinta anos, saudável, bronzeada e feliz. Katy não entende o que está acontecendo nem como isso é possível ― tudo o que importa é que, de algum jeito, sua mãe está de volta.

Assim, ao longo de um verão italiano, Katy passa a conhecê-la não como sua mãe, mas como a jovem que ela um dia foi. Entretanto, Carol não é exatamente quem a filha imaginava, e, em meio ao luto e à alegria inesperada de tê-la de volta, Katy precisa conciliar a imagem da mãe, que para tudo tinha uma solução, com a da mulher que não tem ideia do que fazer.

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