Resenha | A lista de leitura para corações solitários, de Sara Nisha Adams

segunda-feira, 30 de junho de 2025

 O quanto um livro pode mudar a nossa trajetória?

Sara Nisha Adams



Nessa história, Mukesh tem uma vida tranquila em Wembley. Ainda de luto por perder a sua esposa, ele tenta manter uma rotina normal. Suas três filhas estão sempre preocupadas com ele, ligando sempre para não se esquecer de fazer algumas tarefas e sua neta parece mergulhada no mundo dos livros.

Por outro lado, conhecemos Aleisha, uma jovem que está trabalhando durante as férias de verão na biblioteca local. Ela nunca foi muito fã de ler, mas, certo dia, quando ela encontra um papel amassado num exemplar de “o sol é para todos” com uma lista de leituras obrigatórias, ela se vê intrigada em dar uma chance.

A partir daí, Aleisha começa a seguir todos os romances listados na lista anônima e a medida que vai se envolvendo em cada obra, ela vai descobrindo novos caminhos para enfrentar a dura realidade que vive em sua casa, assim como quando Mukesh aparece na livraria, pedindo indicações para se aproximar da neta, e ela sabe o que vai ser perfeito para ele.

Sara Nisha Adams

A lista de leitura para corações solitários” é aquele livro que mostra o poder da literatura. Em como os livros podem nos ajudar nos momentos mais tempestuosos, assim como podem nos ajudar a enxergar além do que somos capazes.

Essa mensagem, sem dúvidas, é a mais bonita dessa obra. Sara Nisha Adams trabalhou todas essas questões muito bem, demonstrando em como uma simples lista de leitura ajudou duas pessoas que estavam de coração partido, passando por situações difíceis e em como esses livros as uniram e ajudaram nessa jornada.

Ao longo dos capítulos, intercalado no ponto de vista de ambos, a autora vai retratando um pouquinho do processo de cada um: em como Mukesh está passando os últimos meses sem sua amada, em como Aleisha lida com a situação de sua mãe e em como os livros se tornaram o melhor refúgio para se livrar da dor.

Tudo isso foi trabalhado de maneira gradativa, fazendo com que o leitor entendesse perfeitamente a situação de cada personagem, porém, para mim, a leitura acabou se tornando cansativa em determinado momento. Chegou em uma parte da leitura em que eu sentia que nada acontecia, mas foi aproximadamente nas últimas 100 páginas que a trama trouxe algumas pequenas reviravoltas.

Apesar de tudo que aconteceu e de ter deixado meu coração apertadinho, ainda assim, “a lista de leitura para corações solitários” foi uma obra ok para mim. Um livro com uma grande mensagem, nos fazendo refletir sobre o poder dos livros e de encontrar conexões através deles, mas que não me conquistou tanto quanto eu esperava.


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Sara Nisha Adams
Título original: The reading list
Escritora: Sara Nisha Adams
Editora: Arqueiro
Páginas: 352
Ano: 2025
Classificação: 14+
Gênero: ficção

SINOPSE
Mukesh leva uma vida pacata em Wembley. Ainda de luto pela perda da esposa, ele tenta manter a rotina normal. Suas três filhas estão mais preocupadas em vigiá-lo do que em lhe fazer companhia, e sua neta Priya parece distante, mergulhada no mundo dos livros.

Aleisha é uma jovem brilhante e ansiosa que trabalha na biblioteca local durante as férias de verão. Certo dia, ela encontra um papel amassado dentro de um exemplar de O sol é para todos : uma lista de livros.

Intrigada e entediada na biblioteca vazia, num impulso Aleisha decide ler todos os romances da lista anônima. À medida que se entrega à magia da literatura, ela descobre novos caminhos para enfrentar a difícil realidade que vive em casa.

Quando Mukesh decide ir à biblioteca, desesperado para se aproximar da neta, Aleisha lhe recomenda os mesmos livros, na esperança de que sejam uma tábua de salvação para ele também.

Aos poucos, a leitura compartilhada cria uma conexão entre duas almas solitárias, que se veem escapando juntas das dores da vida para reencontrar a felicidade.

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Vem aí: alguns lançamentos ainda em 2025 da Editora Arqueiro

sexta-feira, 27 de junho de 2025

No último final de semana, teve um evento de parceiros da Editora Arqueiro na Bienal do Livro e alguns lançamentos foram anunciados ainda para 2025. Não estava presente, mas decidi trazer alguns que me interessaram muito!

lançamentos

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Resenha | Irmãs de canção e espada, de Rebecca Ross

quinta-feira, 26 de junho de 2025

 Nove divindades habitavam o reino de Corisande, vivendo entre os humanos, e assim vestígios da magia passaram a correr em sangue mortal. Porém, nem todas as crianças herdavam essa magia.

Rebecca Ross


Nessa história, nós vamos conhecer duas irmãs: Evadne e Halcyon. Enquanto Halcyon se tornou hoplita no exército da rainha e ocupa uma posição de honra que enche seus pais de orgulho, Evadne continua sem nenhum indício de magia e está tentando descobrir o seu lugar no mundo, trabalhando no pomar da família.

E agora, oito anos depois de Halcyon ter partido em sua missão, ela está prestes para voltar para casa. Porém, a vida das irmãs muda de repente quando Halcyon aparece desesperada. Ela foi acusada de um crime pelo próprio comandante e, apesar de afirmar que foi um acidente, as coisas saem completamente do controle.

A partir daí, Evadne vai fazer o possível para provar a inocência da sua irmã. Então, unidas pelo sangue e por um acordo impulsivo, as duas embarcaram em uma jornada que desafiará a lealdade, o senso de justiça e muitas coisas irão acontecer na vida de ambas.

Rebecca Ross

Irmãs de canção e espada” é mais um livro da queridinha Rebecca Ross, mas nessa trama, diferente de outras de suas obras, essa é uma fantasia única!

E eu fiquei bem curiosa com o desenrolar da trama, afinal, vamos ter duas personagens diferentes, uma lidando com as consequências de seus atos e com a magia, enquanto a outra tenta ajudar a pessoa que mais ama e ainda se reencontrar no caminho.

Ao longo dos capítulos, fui desconfiando de tudo e de todos, afinal, dá para confiar em alguém em um livro do gênero? E conforme as coisas iam acontecendo, acontecimentos inesperados iam surgindo, respostas iam aparecendo… A leitura foi ficando bem envolvente e me deixando mais curiosa.

Como falei, esse é um livro único, então em alguns pontos senti que a autora demorou um pouco para desenrolar algumas questões, mas em outros, aconteceram um pouco mais rápido, sabe? Então, acabei sentindo falta de aprofundar em algumas outras questões e até mesmo personagens abordados ao longo da trajetória.

Além disso, esse livro tem migalhas de romance. Rebecca Ross apresentou todo um universo mágico, nos envolvendo em todas as magias do reino e tudo mais, que o romance acabou ficando bem em segundo plano. E não posso negar: senti falta de mais romance entre os personagens.

Exceto isso, “irmãs de canção e espada” é uma história boa. Um livro que mostra o poder da relação familiar, o companheirismo entre irmãs, em lidar com as adversidades, em aprender a confiar mesmo nos momentos mais sombrios.

Um livro que instiga a curiosidade em descobrir mais sobre a magia que permeia o local, assim como o desenvolvimento das personagens ao longo da trama e em descobrir se Halcyon é realmente inocente ou não.


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Rebecca Ross
Título original: Sisters of sword and song
Escritora: Rebecca Ross
Editora: Galera
Páginas: 378
Ano: 2025
Gênero: fantasia
Classificação: 16+

SINOPSE
Séculos atrás, nove divindades habitavam o reino de Corisande, vivendo entre os humanos, e assim vestígios da magia deles passou a correr em sangue mortal. Porém, nem todas as crianças herdavam essa magia, que passou a ser usada como um status social.

Descendente de uma divindade caída, Kirkos, a família de Evadne e Halcyon, ocupa a base dessa pirâmide social. Várias gerações familiares se passaram sem  manifestar nenhuma magia, até que , por um milagre, Halcyon apresentou sinais de ser especial, sendo enviada para ascender.

Depois de oito anos sem encontrar a irmã mais velha, Evadne finalmente terá a chance de rever Halcyon. A irmã se tornou uma hoplita no exército da rainha ― uma posição de honra que enche os pais de orgulho. Enquanto isso, Evadne, sem nenhum indício de magia, tenta descobrir seu lugar no mundo, trabalhando no humilde pomar da família.

Mas a vida das irmãs muda de repente quando Halcyon aparece no quarto que elas costumavam compartilhar, em fuga e desesperada. Evadne descobre que a irmã foi acusada de um crime horrível pelo próprio comandante, apesar de Halcyon se recusar a contar que crime foi esse.

Certa de que a irmã foi acusada injustamente, Evadne tem apenas um objetivo: provar a inocência de Halcyon. Agora, unidas pelo sangue e por um acordo impulsivo, as duas terão que embarcar numa jornada que desafiará sua lealdade e seu senso de justiça.

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Os 10 mais vendidos na bienal do livro que eu recomendo

quarta-feira, 25 de junho de 2025

 Saiu uma matéria na CNN Brasil com os livros mais vendidos da Bienal do Livro do Rio De Janeiro e eu decidi fazer este post com os 10 que já li e recomendo!

bienal do livro rj

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Resenha | Garotas selvagens, de Madeline Claire Franklin

terça-feira, 24 de junho de 2025

 Se tem uma história bem diferente do que li, com certeza “garotas selvagens” foi esse livro.

Madeline Claire Franklin


Nessa história, vamos conhecer Rhi, que após ter sido colocada em um lar adotivo, tudo que ela quer é ter um novo começo. Então é quando seu tio, irmão de sua mãe, a leva para casa e tenta fazer o possível para que aquele seja o novo lar para ela.

Só que as coisas na vida de Rhi já não estavam fáceis e tudo começou a ficar um pouco mais complicado quando, em um dia trabalhando no Parque Florestal de Happy Valley, ela entra na floresta e encontra uma alcateia e quatro garotas majestosas, mas, ao mesmo tempo, parecendo selvagens.

Essas garotas acreditam ser princesas de outra terra, criadas por um profeta que chamam de Mãe e estão completamente convencidas de que Rhi é a quinta irmã perdida. Sem saber se deve ou não acreditar naquilo, ela decide que a melhor solução é levar as garotas de volta à civilização. Então, é quando toda a história vai começar a acontecer.

Madeline Claire Franklin

Comecei a leitura de “garotas selvagens” sem esperar muito. O livro tem uma proposta que instiga bastante e é exatamente o que vai acontecendo ao longo dos capítulos, pois Madeline Claire Franklin soube como prender a atenção desde as primeiras páginas.

O que mais me conquistou nessa trama foi que a autora explorou muito além de um mundo real com elementos fantásticos (apesar de, é claro, ter muitos momentos que não sabemos o que é real ou não), mas, além disso, ela trouxe outras questões nas entrelinhas que foram trabalhadas da melhor maneira, como assédio sexual, sequestro, entre outros temas.

Ao longo da história, com narrativa em terceira pessoa e intercalado na perspectiva de cada personagem apresentada, conseguimos entender um pouco mais sobre Rhi, o que ela tem passado, do que ela tem tanto medo de falar, assim como entendemos as garotas selvagens de Happy Valley, suas crenças, medos e como é encarar uma nova realidade.

E acredito que a lição maior do livro é que precisamos nos reencontrar, precisamos entender que nem tudo é culpa nossa. Que o que as pessoas fazem, não é culpa nossa. Que é preciso viver um dia após o outro, fazer as pazes consigo mesma e sempre cuidar do que mais importa: nossa mente e coração.

Então, para mim, foi uma leitura bem diferente, mas também muito boa! Uma leitura bem instigante e envolvente, onde não esperava nada e acabou me entregando bastante. Um livro que tem uma questão de realismo mágico, mas que também traz nas entrelinhas temas importantes e delicados, onde você não consegue largar até chegar na última página e entender tudo.


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Madeline Claire Franklin
Título original: The wilderness of girls
Escritora: Madeline Claire Franklin
Editora: Alt
Páginas: 416
Ano: 2025
Gênero: realismo mágico / fantasia
Classificação: 16+

SINOPSE
Após ser colocada em um lar adotivo, Rhi está sedenta por um novo começo e decide trabalhar no Parque Florestal de Happy Valley. Enquanto está na floresta, ela se depara com uma cena surreal: uma alcateia de lobos protegendo quatro garotas selvagens e majestosas. Depois de ganhar a confiança delas, Rhi descobre que elas acreditam ser princesas de outra terra, criadas por um profeta que chamam de Mãe ― e estão convencidas de que Rhi é sua quinta irmã perdida. Sem saber no que acreditar, Rhi leva as garotas de volta à civilização, onde elas enfrentam comoção e escrutínio público, sendo apelidadas pela mídia voraz e pelos fãs de histórias de true crime como “As Garotas Selvagens de Happy Valley”. Desesperadas para retornar ao seu reino, as meninas pedem ajuda a Rhi, que, apesar de saber que não há como a história delas passar de uma ilusão, se sente atraída pela ousadia e autenticidade das garotas ― traços que teme ter perdido em si mesma.

Conforme fenômenos estranhos e impossíveis de se explicar se desenrolam, a linha entre fantasia e realidade começa a se confundir. Quando a busca por respostas se intensifica, Rhi precisa tomar uma decisão que mudará o curso de sua vida e a vida de suas garotas selvagens para sempre.

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