O quanto uma amizade pode mudar sua vida?
Nessa história, vamos conhecer Meg, uma personagem que é irmã de um cantor famoso. Ele cresceu muito no mundo da música e ela sempre se manteve no mundo da moda, expondo seus looks na internet e ganhando sua vida dessa forma. Mas sua maior paixão está mesmo em compor, mas isso ela não compartilha com ninguém — exceto para Ben Snapper.
Ele é um garoto que também é apaixonado por música e, na vida real, eles não se dão tão bem porque Meg não sabe expor muito bem seus sentimentos, mas é através de conversas no mundo on-line que ela compartilha muito sobre suas inseguranças e seus sonhos, mesmo que ele não saiba quem ela é.
Enquanto ela tenta sobreviver à sombra de seu irmão, sofrendo haters e escondendo seus sentimentos, por outro lado, conhecemos Alana, uma jovem talentosa que compõe as suas próprias músicas e parece não ter medo da exposição. Sempre vai à noite de karaokê aberto e canta com todo seu coração.
Duas pessoas de mundos diferentes, mas acabam se conhecendo e percebendo que elas podem transformar a amizade em uma parceria de sucesso. E é quando toda a história vai começar a acontecer.
Sabe aquele livro jovem adulto, onde os dilemas dos personagens são enormes por serem adolescentes, mas também passam por tantas outras coisas, principalmente relacionadas ao sucesso? Exatamente assim que “as músicas que você nunca ouviu” acontece.
Meg é uma personagem insegura, com medo de expor suas canções e ser criticada. Ela não quer ofuscar a carreira do seu irmão, mesmo que ele já tenha se consolidado neste mundo há anos. Então, ficar em seu mundinho, sem compartilhar isso com ninguém, é a melhor escolha.
Só que quando ela começa a trabalhar em uma sorveteria nas férias de verão e conhece Alana, Meg acaba percebendo que ela pode, sim, compartilhar um pouco de sua vida com outras pessoas; que ela pode fazer aquilo que ela ama sem atrapalhar a carreira de ninguém.
Então, essa amizade é algo que amei acompanhar. Meg e Alana são ótimas juntas. Apesar de Alana ser uma personagem que aparenta ser bem determinada e não ter medo de nada, ela também carrega as suas inseguranças, seus receios e alguns dilemas do passado que acabam afligindo sua vida de certa forma.
Além disso, outro ponto que gostei bastante foi a interação de Meg com Ben. No mundo online, era incrível acompanhar como eles se conectavam. Em como a música era apenas um comecinho para toda a construção dos sentimentos que estavam surgindo. Mas, no mundo real, Meg era sempre rude com ele e isso acabou me incomodando um pouco.
Outro ponto é com relação ao irmão da personagem, Caspar. Ele é aquele personagem que deixou a fama subir para a cabeça, sabe? É bem visível em como ele se acha o centro do universo, em como ele quer aproveitar toda a sua fama com as garotas e que não se importa com nada, exceto quando ele percebe que sua irmã é bem talentosa.
Os pais de Meg também são personagens que acabam se dedicando muito para a carreira de Caspar e não reparam muito em Meg. Isso é triste, mas, de alguma forma, é real. Quantas pessoas não se sentem dessa forma? Quantas pessoas não acham que os pais sempre têm um irmão preferido? Mas o que gostei é que as autoras conseguiram construir essa relação muito bem ao longo dos capítulos.
Mas, para mim, o ponto mais alto dessa leitura foram as músicas. Becky Jerams & Ellie Wyatt souberam como escrever uma história que envolvesse todos os dilemas que a personagem estava passando, mas as músicas complementaram tudo de uma forma única. Isso me deixou extremamente envolvida e querendo mais!
Minha única ressalva desse livro é que senti falta de um epílogo. Depois de muitas coisas, acho que faltou essa parte para o livro fechar muito bem, sabe? Exceto isso, “as músicas que você nunca ouviu” é uma história jovem, com personagens se descobrindo, aprendendo sobre o amor, criando amizades incríveis, estreitando laços familiares e superando barreiras internas.
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