Resenha | Mas tem que ser mesmo para sempre?, de Sophie Kinsella

quinta-feira, 30 de março de 2023

 Já imaginou ficar casado por mais 68 anos com uma pessoa? Dan e Sylvie acabaram de descobrir isso e o pânico dessa informação começa a mudar o rumo desse casal.

Sophie Kinsella


Para mim está tudo certo você ficar casado por mais 68 anos com uma pessoa que você ama, que escolheu para a sua vida. Porém, Dan e Sylvia começam a "surtar" um pouquinho com essa notícia recebida pelo seu médico.

Eles estão juntos há dez anos e sempre compartilharam todas as características de uma vida feliz: uma bela casa, bons empregos, duas filhas lindas e um relacionamento tão maravilhosa que eles nem chegam a completar suas frases, pois o outro já sabe como terminá-las.

Então por quê ficariam assustados em receber a notícia de que teriam mais 68 anos para compartilharem mais momentos marcantes?


"A vida nos presenteia com uma quantidade suficiente de imprevistos. Para que buscar mais?" (pág. 107)

 

E é quando, em nome da sobrevivência do casamento, eles começam a bolar planos para manter acesa a chama dessa relação para que os próximos anos não fiquem um completo tédio. Então tudo é feito de maneira criativa, dinâmica e cheia de surpresas.

Mas é claro que nem sempre tudo sai como planejado e quando alguns contratempos acontecem e segredos vêm á tona, a relação começa ficar balanceada. Será que eles realmente conhecem tudo sobre o passado um do outro?

Sophie Kinsella é uma autora bem 8 ou 80, né? 

Suas obras sempre dividem opiniões e percebo bastante disso quando estou lendo e mais pessoas compartilham suas experiências comigo. E foi exatamente isso que aconteceu com "mas tem que ser mesmo para sempre?".

Preciso confessar que no começo da leitura não estava completamente envolvida na trama. Tinha gostado da proposta do livro e queria entender o motivo de o casal ter ficado em pânico por causa da informação recebida, mas até então, não estava totalmente presa.


"Por que a vida é assim? Basta você relaxar e começar a aproveitar, rindo, se divertindo... ela se ergue, ameaçadora como um professor malvado, gritando no pátio da escola: 'acabou o recreio!' e todos voltam a ficar tristes e entediados de novo." (pág. 183)

 

Um pouquinho depois da metade, Sophie soube como prender a minha atenção e me deixar realmente presa na trajetória de Dan e Sylvie, querendo que tudo fosse revelado e todos os problemas acabassem, e tudo voltasse a ser perfeitamente como era antes.

Porém (sim, existe um porém), apesar de ter gostado dos segredos que ela apresentou e como isso tudo impactou na vida desses dois personagens, ainda assim acredito que a obra fugiu um pouco da situação principal, entende? Okay que os segredos acabaram mudando a visão de Sylvie sobre algumas coisas, principalmente sobre o seu passado, mas qual seria o verdadeiro receio de conviverem por mais 68 anos?

Acho que a resposta para essa pergunta seria a incerteza do futuro. 

A incerteza em saber como seria a jornada deles, se não ficariam acomodados à relação, se continuariam aproveitando a vida a dois... enfim. Acho que isso pode ser algo comum quando convive muito tempo com alguém.

Então apesar dessa pequena observação, "mas tem que ser mesmo para sempre?" foi uma leitura que acabou me conquistando, me fazendo refletir sobre uma vida longa de casados, sobre as incertezas e inseguranças da vida e como muitas vezes não sabemos tudo sobre nosso passado.


"Acho que um relacionamento é como duas histórias. Como... dois livros abertos, pressionados um contra o outro, com todas as palavras se misturando em uma grande e épica história. Mas se pararem de se misturar... os livros se fecham. Fim." (pág. 233)

 

Muitas vezes enxergamos a vida e até mesmo a pessoa ao nosso lado de um jeito, mas será que é exatamente assim? Será que algo não está "maquiado" para que você veja o mundo dessa forma? As pessoas podem nos surpreender de uma maneira bem positiva.

Recomendo essa obra para quem gosta de livros leves, divertidos e que ainda são capazes de proporcionar essas pequenas reflexões e que no final, deixa o coração quentinho.


Você pode gostar também:

Resenha dos livros:

mas tem que ser mesmo para sempre?
Título original: Surprise me
Escritora: Sophie Kinsella
Editora: Record
Páginas: 378
Ano: 2018
Gênero: chick-lit
Classificação: +15

SINOPSE
Juntos há dez anos, Sylvie e Dan compartilham todas as características de uma vida feliz: uma bela casa, bons empregos, duas filhas lindas, além de um relacionamento tão simbiótico que eles nem chegam a completar suas frases – um sempre termina a fala do outro.

No entanto, quando os dois vão ao médico um dia, ouvem que sua saúde é tão boa que provavelmente vão viver mais uns 68 anos juntos... e é aí que o pânico se instala. Eles nunca imaginaram que o “até que a morte nos separe” pudesse significar sete décadas de convivência. Em nome da sobrevivência do casamento, eles rapidamente bolam um plano para manter acesa a chama da paixão: de um jeito criativo e dinâmico, passam a fazer pequenas surpresas mútuas, a fim de que seus anos (extras) juntos nunca se tornem um tédio.

Porém, assim que o Projeto Surpresa é colocado em prática, contratempos acontecem e segredos vêm à tona, o que ameaça sua relação aparentemente inabalável. Quando um escândalo do passado é revelado e algumas importantes verdades não ditas são questionadas, os dois – que antes tinhas certeza de se conhecerem melhor do que ninguém – começam a se perguntar: Quem é essa pessoa de verdade?...”.

Postar um comentário