Resenha | O mapa de nós dois, de Kristin Dwyer

segunda-feira, 14 de abril de 2025

 Quantas vezes precisamos nos perder para nos reencontrar?

Kristin Dwyer



Em “o mapa de nós dois", nós vamos conhecer Atlas, uma personagem que tem 17 anos e está perdida. Após perder o pai para o câncer e uma série de decisões erradas, ela acaba em um programa de serviço comunitário para evitar que o pior aconteça.

Apesar de o trabalho em recuperar trilhas desgastadas não ser exatamente algo perfeito, ela sente que é um pedacinho do pai dela naquele lugar, afinal, ele amava fazer trilhas, principalmente pela Western Sierra.

E assim como todo e qualquer programa, esse também tem uma regra: quando se está nas trilhas, o passado fica para trás, inclusive os nomes reais. Assim, Atlas acaba se tornando Mapas e se junta a uma equipe tão improvável quanto necessária.

A cada quilômetro de trilha percorrida, Atlas começa a criar um vínculo com cada participante. Apesar de todas as diferenças entre ela e aqueles quatro jovens, ainda assim, ela percebe que eles podem conhecê-la melhor do que qualquer outra pessoa. Porém, quando a trilha chegar ao fim, ela sabe que vai ter que encarar a dura realidade e a sua vida antiga.

Kristin Dwyer

Comecei essa leitura sem muita expectativa, afinal, já tinha lido outra obra da Kristin Dwyer, havia gostado, mas não amado, sabe? Mas depois de alguns capítulos, fiquei completamente imersa nessa jornada da personagem.

Esse jovem adulto retrata o luto, algo que sempre causa aquele apertinho no coração, né? E a autora soube como trabalhar todas as etapas do mesmo. Durante os capítulos, é perceptível encontrar uma personagem sofrendo, mas também tentando esconder a sua dor para que ninguém sinta pena dela, assim como ela sente raiva de qualquer coisa ao seu redor. E tudo isso fez com que eu criasse empatia para com Atlas.

Essa trilha era algo que ela precisava, mas que inicialmente não sabia. Após a morte do seu pai, ela encontrou uma lista de coisas que ele gostaria de fazer antes de morrer e a trilha estava entre esses itens. Mesmo relutante e sendo obrigada a encarar esse momento de sua vida, ela decidiu fazer para honrar a memória do seu pai, mas nesse processo Atlas acabou percebendo muitas coisas sobre a vida e até mesmo sobre ela mesma.

O vínculo de amizade que ela criou com os outros personagens (Docinho, Rei, Biblioteca e Júnior) foi algo extremamente importante em sua trajetória. Apesar de todas as diferenças entre eles, ela sabia que também estavam ali por um motivo. Como uma das regras da trilha é não falar sobre suas vidas "no mundo real", eles agiam conforme achavam necessário e uma amizade foi crescendo ali.

E eu gostei muito de acompanhar todos esses momentos que Atlas vivenciou ao longo da trilha. Como dito, ela acabou descobrindo muitas coisas em sua vida, principalmente em como lidar com o luto, em como viver uma vida onde a pessoa que ela mais amava não estaria presente; descobriu o que realmente queria para o seu futuro, sem deixar que outras opiniões interferissem em sua escolha, assim como descobriu sobre o amor.

Atlas acabou criando um vínculo de amizade com todos daquele grupo improvável, mas com Rei, o sentimento acabou florescendo um pouco mais. Ele fez com que ela enxergasse muitas coisas, a ajudou em momentos em que a dor do luto falou mais alto durante aquela caminhada, assim como foi super fofo com ela em diversos momentos. Acabei ficando completamente apaixonada pela dinâmica que foi surgindo entre os dois e em como tudo aconteceu até o final.

Para mim, "o mapa de nós dois" foi uma leitura maravilhosa. Uma obra que acabou me surpreendendo e me proporcionando muitos sentimentos ao longo de cada virar de página. Um livro que fala sobre luto, mas também fala sobre amizades inesperadas e que acaba nos mostrando que nunca é tarde para recomeçar.


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Kristin Dwyer
Título original: The Atlas of us
Escritora: Kristin Dwyer
Editora: Alt
Páginas: 336
Ano: 2025
Gênero: jovem adulto
Classificação: 14+

SINOPSE
Atlas James tem dezessete anos e está perdida. Após perder o pai para o câncer e uma série de decisões erradas que custaram caro, ela acaba em um programa de serviço comunitário para evitar um destino ainda pior. O trabalho? Recuperar trilhas desgastadas na Western Sierra.

A regra do programa é clara: quando se entra nas trilhas, o passado fica para trás, inclusive os nomes reais de todos os participantes. Assim, Atlas se torna Mapas e se junta a uma equipe tão improvável quanto necessária. Com Biblioteca, Docinho, Júnior e Rei ao seu lado, ela precisará enfrentar não só o terreno selvagem e os desafios impostos pela natureza, mas principalmente as mentiras que construiu para se proteger do mundo.

Enquanto cada quilômetro percorrido traz à tona lembranças do pai e a dor do luto, ela percebe que os estranhos à sua volta podem conhecê-la melhor do que qualquer pessoa jamais conheceu. Mas com o fim da trilha se aproximando, Mapas precisa se preparar para encarar a dura realidade de sua antiga vida ― sem sua nova família e sem Rei, que se tornou mais do que um amigo.

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Resenha | Amanhecer na colheita, de Suzanne Collins

terça-feira, 1 de abril de 2025

 Retornar para o mundo dos Jogos Vorazes é sempre uma nostalgia, mas, ao mesmo tempo, traz muitas emoções com tantas coisas terríveis que acontecem ao longo dos capítulos.

Suzanne Collins



Em “amanhecer na colheita”, vamos conhecer melhor a história de Haymitch. É a quinquagésima edição dos Jogos Vorazes, dia de seu aniversário, e o medo toma conta dele e de todos os distritos de Panem. Esse ano, diferente dos outros massacres, o dobro de tributos será levado de suas casas.

No Distrito 12, Haymitch está tentando não pensar nas suas chances de ser sorteado. Ele só quer sobreviver a esse dia e passar um tempo com a garota que ama. Só que, infelizmente, muitas coisas acontecem no momento da colheita e seus sonhos acabam desmoronando.

Ele é separado da família e da namorada e enviado para a Capital com outros três tributos do seu distrito. Apesar de serem bem diferentes um do outro, eles vão precisar encontrar forças e se unir para conseguir sobreviver o máximo possível na arena. E é a partir daí que muitas coisas irão acontecer.

Suzanne Collins

Jogos Vorazes fez parte da minha adolescência. Lembro que, quando li, fiquei completamente imersa no universo que a Suzanne Collins criou e muitas emoções foram surgindo em cada novo livro.

Quando li “a cantiga dos pássaros e das serpentes” que conta a história do presidente Snow, deu para entender um pouco mais de suas atitudes e o porquê de tudo isso. Mas, ainda assim, é difícil acreditar que alguém pode ser tão cruel a ponto de colocar pessoas em uma arena para matarem um aos outros.

Agora aqui, em “amanhecer na colheita”, já conhecemos Haymitch das outras obras da trilogia, porém, conseguimos entender perfeitamente como era a sua vida no Distrito 12, com a sua família e com a garota que ele amava.

A autora descreveu todos os acontecimentos de uma maneira que me deixou totalmente imersa novamente nesse universo, me transportando para todos os acontecimentos da arena, fazendo com que eu sentisse aflição em diversas situações e segurasse a respiração para o que viria a seguir.

Haymitch passou por muitas coisas quando estava na arena. Ele acabou percebendo que tudo estava armado para o seu fracasso, mas fez o possível para transformar essa situação e lutar contra a Capital, contra os jogos e foi a partir daí que seu ódio por Snow e todos que apoiavam essa atrocidade se intensificou.

E a cada novo livro dessa saga, fico realmente chocada da forma como a autora consegue nos transportar para um cenário fictício, mas que, ainda assim, proporciona diversas emoções e não dá vontade de parar de ler para saber como tudo irá acabar. Nesse livro, mesmo sabendo que tudo ficaria bem para Haymitch, ainda assim, descobrimos o porquê de algumas de suas atitudes com Katniss e Peeta durante seus jogos.

Para mim, Haymitch foi extremamente corajoso em muitos momentos. Apesar de ele mesmo imaginar que todos olhavam para ele como o babaca do Distrito 12, ainda assim, ele fez o possível para sobreviver aos acontecimentos chocantes e marcantes da arena, assim como lutou para enfrentar a realidade após sair da arena. Isso tudo só mostrou a sua força e moldou completamente o seu futuro, fazendo com que ele tivesse medo de se afeiçoar a algum tributo após se tornar mentor e se escondendo atrás das bebidas.

Para quem nunca leu ou assistiu, vai entender perfeitamente todo o contexto desse livro. Apesar de “amanhecer na colheita” ter muitas referências de outras obras, ainda assim, dá para conhecer essa trama sem saber nada dessa história. Mas para quem, assim como eu, ama esse universo criado pela Suzanne Collins, vai ficar completamente imerso nessa leitura.


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Suzanne Collins
Título original: Sunrise of the reaping
Escritora: Suzanne Collins
Editora: Rocco
Páginas: 448
Ano: 2025
Gênero: distopia
Classificação: 14+

SINOPSE
Ao amanhecer do dia da colheita da Quinquagésima Edição dos Jogos Vorazes, o medo toma conta dos distritos de Panem. Nesse ano, em comemoração ao Massacre Quaternário, o dobro de tributos será levado de suas casas.

No Distrito 12, Haymitch Abernathy está tentando não pensar muito nas suas chances de ser sorteado – só quer sobreviver ao dia e passar um tempo com a garota que ama.

Mas, ao ser escolhido, todos os sonhos de Haymitch desmoronam. Ele é separado da família e da namorada e enviado para a Capital com outros três tributos do Distrito 12: uma menina que considera quase uma irmã, um rapaz viciado em calcular chances e apostas, e a garota mais arrogante da cidade.

Conforme os Jogos se aproximam, Haymitch compreende que está tudo armado para o seu fracasso, mas parte dele deseja lutar... e deseja também que essa luta reverbere muito além da arena mortal.

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Resenha | A destruidora de casamentos, de Mia Sosa

sexta-feira, 28 de março de 2025

E se uma desconhecida dissesse que não é favor do seu casamento, o que você faria?

Mia Sosa



Solange foi recrutada para ajudar sua prima na organização de um casamento. Tudo parecia correr tranquilamente bem, até que ela se depara com uma situação que a convence de que o casal não está destinado um para o outro. O que fazer com essa situação?

Dean tem todo o seu futuro planejado e está prestes a ticar os itens “começar uma família” e “virar sócio da emprega” da sua lista, graças ao seu casamento por conveniência. Mas, o que ele não esperava era que uma pessoa completamente desconhecida fosse interromper esse momento.

Para continuar com a sua lista e ter o futuro como sempre imaginou, Dean vai precisar implorar para que Solange seja sua namorada. Talvez não seja tão difícil, afinal, ela parecia se sentir culpada por estragar tudo. Mas será que essa atuação entre eles vai convencer os colegas de trabalho e até mesmo fazer com que consiga a promoção tão desejada?

Mia Sosa

A destruidora de casamentos” faz parte do universo de “o pior padrinho da noiva”, mas pode ser lido de forma independente por serem outros personagens que aparecem aqui e os do primeiro aparecem de forma secundária, não atrapalhando em nada a leitura.

Dito isso, esse livro acabou me conquistando ainda mais do que eu esperava, pois amo personagens que precisam fingir um relacionamento, sabe? E aqui, Dean e Solange souberam como explorar isso muito bem.

Ela é aquela personagem que está prestes a ir embora da cidade e começar uma vida nova, em outro lugar. Mesmo ainda relutante em fazer isso por conta de sua família e dos adolescentes a que ela se apegou no supletivo, ainda assim, ela acredita que seja o melhor para sua carreira.

Já Dean é aquele cara que tem todo o seu futuro traçado e sabe exatamente o que fazer para conseguir ticar os itens de sua lista. O casamento por conveniência era perfeito, mas quando Solange surgiu interrompendo tudo e eles embarcaram nessa relação de mentirinha, foi quando ele percebeu muitas coisas.

Só que essa relação vai acabar beneficiando ambos, pois Solange também vai precisar fingir que tem um namorado para convencer membros de sua família. Então, nada poderia dar errado, né?

A medida que eles vão passando mais tempo juntos, Dean e Solange vão percebendo que os sentimentos estão ficando cada vez mais intensos. Apesar de serem diferentes em muitas coisas, eles se completam em muitas outras, principalmente com uma química indescritível.

E eu gostei muito de como tudo foi acontecendo ao longo dos capítulos, pois Mia Sosa trouxe personagens carismáticos, fofos e que se entendem de um jeito bem especial. Eles apoiam um ao outro, fazem o possível para que tudo dê certo em seus objetivos e ainda conseguem se divertir com tudo que planejaram. Achei isso maravilhoso!

E, além disso, esse também é um livro repleto de cultura brasileira, pois Solange é prima de Lina (“o pior padrinho da noiva”) e a autora explorou muito bem esses elementos em sua narrativa.

Para mim, “a destruidora de casamentos” foi uma leitura extremamente envolvente e cativante, onde me diverti em diversos momentos e suspirei em muitos outros, assim como a autora apresentou uma boa dose de cenas hots em suas páginas.


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Mia Sosa
Título original: The wedding crasher
Escritora: Mia Sosa
Editora: Harlequin
Páginas: 352
Ano: 2023
Gênero: romance contemporâneo
Classificação: 18+

SINOPSE
Faltando apenas meses para deixar Washington D.C., Solange Pereira é recrutada para ajudar a prima na organização de um casamento. Parece um trabalho fácil… até que ela se depara com uma situação que a convence que o casal não está destinado um para o outro. O que uma romântica convicta como ela deve fazer? Interromper o casamento, é claro, e garantir que o noivo desprevenido não cometa o maior erro da sua vida.

Dean Chapman tem todo o seu futuro planejado. E ele estava prestes a ticar os itens “começar uma família” e “virar sócio da firma” da lista, graças ao seu moderno casamento de conveniência. Mas, quando o plano vai por água abaixo, ele precisa pensar rápido ao descobrir que só vai conseguir a promoção dos sonhos se estiver em um relacionamento. Infelizmente, Dean não é muito bom em improvisação, e acaba dando o nome da penetra ingênua que destruiu seu casamento como sua nova parceira.

Agora, Dean tem um novo item da sua lista: “implorar a Solange para ser sua falsa namorada”. E, por se sentir culpada por ter arruinado o casamento dele, ela concorda em ajudar. No entanto, enquanto eles fingem namorar, o que começou como uma atuação para os colegas de trabalho de Dean se transforma em uma conexão que nem ele nem Solange conseguem ignorar.

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